"Deixa-me fonte!" Dizia
a flor tonta de terror.
E a fonte,sonora e fria,
cantava, levando a flor;
"Deixa-me,deixa-me, fonte",
Dizia a flora chorar;
"Eu fui nascida no monte...
Não me leves para o mar".
E a fonte, rápida e fria,
com um sussurro zombador,
por sobre a areia corria,
corria levando a flor.
"Ai, balanços do meu galho,
balanços do berço meu;
ai claras gotas de orvalho
caídas do azul do céu!"
Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de terror,
e a fonte, sonora e fria,
rolava, levando a flor.
"Adeus,sombra das ramadas,
Cantigas do rouxinol!
Ai, festa das madrugadas,
doçuras do pôr do sol;
Carícias das brisas leves,
que abrem rasgões de luar...
Fonte, fonte, não me leves,
Não me leves para o mar!..."
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